Para alguns, o fascínio exercido pelos objetos de cerâmica causa vontade de tê-los, de apreciá-los e de usá-los.

Para outros, este deslumbramento acorda a vontade de criar.

Se você ouviu este convite da argila, se está disposta(o) a aceitá-lo, entre em contato:






sexta-feira, 20 de agosto de 2010

painel coletivo II: roteiro de apreciação : Thiago Bender

Nas minhas caminhadas pelo bairro,  acompanhei com entusiasmo a descoberta dos "painéis " ou assamblagens de um artista plástico até então desconhecido pra mim.

oferecendo novos significados aos materiais que levamos a reciclagem doméstica, em seus trabalhos surgem ´criaturas inusitadas 

ficava a dúvida: o recorte estava no muro e foi percebido por ele como contorno desta criatura? Ou também o entalhe no muro é sua criação?

 



as composições são coerentes entre si, e demonstram uma conexão de sentido de um percurso criativo

cada trabalho parece um ensaio de algo muito maior



Na trilha de motivar ainda mais minhas alunas para o empenho de construirmos um mural coletivo, resolvi convidá-las para um roteiro de apreciação dos trabalhos deste artista plástico. E lá fomos nós...







é claro que este conjunto figurativo teve uma conexão implacável com o universo das crianças



o desbaste da parede em um contorno de nova criatura gerou a indagação: será que ele ainda vai preencher com as "sucatas"?


olhando de longe, depois bem de pertinho revelam-se novos detalhes...






foi bacana descobrir vestígios de sua passagem em inusitados lugares

e  também, confirmar a sua habilidade em transformar materiais com pequenos gestos 

Êpa, quem é aquele cara, recolhendo uns fios, explicando aos moradores, como vais utilizá-lo em uma obra artística...BINGO!
acaso, sorte ou sincronicidade, encontramos e conversamos um pouquinho com o "autor" das assanblages, Tiago Bender. ´guarde este nome!

Ele nos mostrou a sua caixa de coleta de materiais, que fica no parque da Previdência, bem ao lado  das caixas de coleta seletiva  de materiais recicláveis.
Não precisa dizer que as meninas enlouqueceram com a padronagem.
nos contou um pouco sobre o trabalho que dá  separar os materiais

 Foi uma experiência fantástica, que brindamos com um maravilhoso pic-nic e com muita brincadeira.

 





voltamos muito alimentados!!!!


Painel coletivo I : primeiros passos.

Faz tempo que venho propondo aos meus alunos do ateliê, a construção de um painel coletivo.
Inspirados em um painel-mosáico construido em Quebec, os alunos tomaram coragem de levar adiante esta proposta.


A turma das crianças saiu na frente dimensionando o painel e confecionando as primeiras peças.


vale tirar imagem da camiseta...





vale tirar imagem da agenda...
vale tirar imagem de livros ...




então era só passar do papel vegetal, para o craft, e deste, para a placa de argila e recortar!


Foi então que tive uma idéia: caminhar pelo bairro com os alunos e apreciar os trabalhos de um artista que anda  ( ha mais de um ano) intervindo nos muros instalando seus painéis.
é o que vamos fazer...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

oficina de agosto

Em 1997 aprendi com Harriet Hoss, procedimentos de recorte e montagem de peças previamente modeladas ao torno que resultam em transformações divertidas e inusitadas em nossas cerâmicas. Estes recursos podem ser aplicados à qualquer tipo de trabalho: utilitário, decorativo, artístico. Na verdade, meus alunos sabem que o grande desafio que lhes convido é configurar um trabalho híbrido. Ao mesmo tempo funcional e estético. Feito para ver e usar. Que expresse o estágio de intimidade entre criador e matéria, imaginação e habilidade, vocação e desígnio.

Estas são imagens da oficina que orientei em 2008 sobre estas brincadeiras construtivas:

"strech" : impressões esticadas que dão movimento às figuras

recortes de fundo para ovalização

produção de utilitários a partir de placas com strech

alças modeladas no torno


recorte de pés simpáticos para vasos



 Bem... isto era pra ser uma grande alça de balde
No dia 21 de Agosto de 2010  teremos uma oficina especial sobre estes procedimentos
QUEM QUER BRINCAR???


reciclagem na arte cerâmica

Para os ceramistas há uma tarefa  árdua mas prazeirosa : reciclar a argila que sobra das nossas produções .
Na verdade trata-se de uma "reutilização" e não propriamente de uma reciclagem . Mas acabamos por denominar assim esta tarefa de reaproveitar os cacos de argila rejeitados de todos os trabalhos em andamento, antes das queimas .

É possível separar por tipo de argila ( branca, creme, bronze, terracota...) mas aqui no nosso ateliê, juntamos todas as sobras em bandejas de secagem. Ficam assim durante alguns dias ou semanas até que todos os cacos estejam bem secos.



,Então quebramos tudo em pedaços bem pequeninos com uma marreta. O que não se quebrar com facilidade, ainda tem umidade, e é separado para permanecer secando.


As  "migalhas dos cacos quebrados, são despejadas  em uma caixa de cimento onde serão "re-hidratadas". Porque secar e quebrar se serão levados para água novamente?  Para que tudo fique dissolvido em uma pasta homogênea. Se jogarmos nesta lama, pedaços úmidos, surpreendentemente ,eles não se dissolvem.
Semanas depois, esta lama será passada em uma peneira de malha 20,



Só então será despejada em placas de gesso que absorverão a água em excesso.



Neste ponto deve ser muito bem amassada e compactada para perder as bolhas de ar que ficam pela massa. Podemos fazer isso manualmente, mas quando se recicla mais de 100kg de argila como nós, podemos contar com a ajuda de uma máquina chamada "maromba".


.
E, finalmente, esta argila volta para pacotes plásticos onde deve permanecer guardada, preferencialmente por alguns meses, para que os micro organismos possam agir  produzindo a plasticidade que desejamos  e então poderá ser remodelada em novas formas







Aqui no ateliê Silicas, todo este trabalho é  realizado SEMPRE pelas crianças, é claro!!!!
Elas  desfrutam de cada etapa mergulhadas em narrativas lúdicas, assumindo papeis em histórias mirabolantes!!!!