Queima em Barril também é uma técnica de segunda cozedura como o Raku. Aqui as peças são envolvidas em óxidos e sulfatos, casca de frutas (banana, mamão, manga, etc.) borra de café, bombril enferrujado, e depositadas em um grande barril. Acomodadas entre lenha e serragem as peças serão queimadas e assim irão adquirir novas qualidades de superfície. Mas continuam sendo peças apenas biscoitadas, portanto, bastante porosas. A chama "esverdeada"
confirma a oxido-redução do cobre
Montagem da queima de barril, sobrepondo serragem, lenha e peças em cerâmica preparadas e embrulhadas com diversos elementos como cascas de frutas, café, folhas, óxidos e carbonatos de cobre.
Aprendiz no atelie, Patrícia acomoda as peças com bastante cuidado e critérios embasados em hipóteses que estivemos estudando e vamos testar.
Acender o fogo é tarefa bastante fácil... mantê-lo aceso já é uma competência adquirida pela experiência...
Ao longo da queima podemos ver a chama do fogo tonalizada de verde, confirmando a presença do fenômeno da "redução" atuando sobre nossas peças. A queima pode durar até 4 horas, se o barril estiver cheio.
Raku é uma técnica/forma de pós cozedura de peças de cerâmica. Ou seja, é uma segunda queima das peças que já foram pré cozidas a 950º C e receberam um tratamento de esmaltes ( no caso do raku tradicional) ou banhos em caulim ( no caso do Raku nú) .Tiradas do forno incandescentes (cerca de 1000 °C, no máximo) são levadas para galões de ferro cheios de serragem onde automaticamente ficam envolvidas em fogo. Caso a peça seja previamente esmaltada, o resultado normalmente é um brilho e um craquelado muito característicos e quase exclusivos do raku . Onde a peça não estiver esmaltada, depois de sair do serragem, a cerâmica ficará completamente negra. Depois de permanecer alguns minutos “recebendo a fumaça da serragem” cada peça será colocada em uma “cama de jornais molhados”, para arrefecer, e depois, direto na agua. Como ainda estarão bastante quentes, novos craquelados irão aparecer. Esta é uma técnica milenar e vinda do oriente (Japão). Foi criada pela família Raku que em japones quer dizer rio; mas já é usada há muito por artistas ocidentais e de todo o mundo.
Pra mim, a queima de raku é um trabalho de equipe, alguns ceramistas conseguem fazer sozinhos. Eu prefiro fazer este trabalho coms meus alunos e nossas famílias.
Bom mesmo é dividir as conquistas, mas, muitas perdas acabam acontecendo... aí, então, compartilhamos o exercício de desprendimento da posse, e celebramos o aprendizado !
para algumas crianças, alunas do ateliê, este foi o batismo de fogo: primeira vez que participam de uma queima de Raku... tudo ainda é muito misterioso , mas suas peças sempre ficam maravilhosas. Quando penso no que isso pode significar como alimento para a imaginação, e força para a coragem de experimentar linguagens...
Belíssimo amiga! bjs. Dri
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